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Porque um desafio nunca vem só

  • Foto do escritor: teresa peixe
    teresa peixe
  • 31 de ago. de 2017
  • 4 min de leitura

Faz amanhã, dia 1 de setembro, 12 anos (poufff que o tempo passa depressa!) que fiz um pneumotórax.


Era fumadora, magra demais… parece que tinha o perfil ideal para uma coisa dessas.


Para quem não saiba, um pneumotórax é ter ar entre as duas membranas que envolvem o pulmão fazendo-o colapsar, pouco ou muito, conforme a quantidade de ar.


Confesso que ao escrever a palavra me sinto uma personagem dos livros de Harry Potter a falar naquele “cujo nome não se pode pronunciar”. Tenho um certo medo de, sequer, pensar nisso. Não por ter sofrido horrores, o que, felizmente, não aconteceu, mas pela possibilidade de se repetir.


O pior foi mesmo a longa estadia, talvez desnecessária, no hospital, por se ir adiando o que acabou por ser inevitável… ser operada, para “fechar" o malandro.


Bom, mas não venho queixar-me ou contar nada desses dias. Nem falar da família e amigos que tomaram conta de mim e não esqueço.


No dia em que fui internada, deixei de fumar e não mais me lembrei disso... A não ser quando me perguntavam se precisava de algum substituto, o que acontecia, adivinhem, todos os dias! Um massacre! Acho que se precisasse, me iria lembrar, mas não, fui lembrada permanentemente e resisti.


E assim foi durante alguns anos. Uns 5 anos, talvez. Depois a estupidez voltou e uma passa leva a um cigarro e lá recomecei a fumar. Fumei durante uns 3 anos e voltei a deixar de fumar durante mais 1, tendo re-recomeçado em 2014 até agora, sem que se passe um dia em que não pense em deixar de fumar outra vez.



Em dois anos fiz duas promessas públicas, que não cumpri, por mais do que um par de meses aldrabados.






Experimentei cigarros a vapor, que achei muito maus, apesar de ter amigos que deixaram de fumar com eles. Só o barulho parecer que estava a sorver por uma palhinha furada me deixava maluca.


Tentei também as mensagem em chinês… mas chegaram-me bem mais tranquilizadoras...






Passei a fumar os cigarros que a minha mãe fuma. Os karelia slim light. Para além de não gostar de cigarros fininhos, a força que tenho que fazer para que me “saiba” a cigarro é de deixar os músculos do meu pescoço como se tivesse levantado pesos no ginásio, após meses de ausência.


Adorava dizer-vos a quantidade de cada substância destes cigarros, poder compará-la, mas desde que decidiram por fotografias, com o intuito de assustar, nos maços de cigarros, que essas dosagens desapareceram, o que, diga-se, é extraordinário. Para mim quase se compara a venderem-se medicamentos sem a dose de principio activo… bastava por uma fotografia com o benefício que o “remédio” promete trazer... ou nos top's da automedicação uma fotografia dos possíveis efeitos colaterais...


Eu gosto do ritual de acender o cigarro, de ter o cigarro na mão…mas detesto o cheiro e o fumo… e também não gosto de ter menos fome, ficar mais magra (porque continuo com perfil de PT), de me sentir mais cansada...


Não me sinto uma fumadora por necessidade, mas por hábito. Se não puder fumar, não fumo. Posso até esquecer-me disso. Fumo se me apetece não fazer qualquer coisa, quase como uma desculpa para a adiar uns míseros 5 minutos… mas depois sou compulsiva… talvez em adiar…


O que me faz fumar ou não, já não julgo ser relevante, apesar de tudo o que li sobre o assunto referir que é o primeiro passo... o saber porquê... acho que já pensei demais nisso.


Quero antes pensar o que faz querer deixar, mas melhor-melhor é não pensar em nada e tentar fazer o possível. Será mais um desafio para juntar ao Com unhas e dentes.


Acreditei durante uns tempos que seriam os cigarros a desistir de mim, mas estranhamente, não aconteceu. Era muito mais fácil!


Andava há uns meses a ler sobre o novo tabaco aquecido da Philip Morris (...nunca tinha pensado no nome… “morris”, se pensarmos em alentejano, não se torna apetecível - se fumas morris!) e hoje decidi gastar dinheiro nesse aparelho.


Não julgo que a marca tenha tido esta ideia, quase brilhante, para acabar com os fumadores, mas sim com o objectivo de passarem a fumar "outra coisa".


Comprei os "cigarrinhos" silver e white, uns com sabor a tabaco outros a mentol. Não é um sabor a tabaco-tabaco... O primeiro heatstick (qual James Bond, heat-not-burn) que fumei soube-me a caldo de marisco misturado com tabaco, mas julgo ser uma questão de hábito, assim como quando se muda de marca.





Existe um ritual associado bem pensando. Tirar o cigarro do maço, pô-lo na máquina, "acender" e fumar, não por uma boquilha, mas num verdadeiro filtro de um cigarro. Temos mesmo a sensação de fumar, desde a inalação de fumo à saída do mesmo, com a enorme vantagem de não ficar um rasto de cheiro no ar nem nas mãos. Convenceu-me. Parece-me um bom caminho para o que IQOS significa (I Quit Ordinary Smoking).


Tenho sempre um certo receio de experimentar coisas do género, essencialmente quando pouco se sabe das consequências a longo prazo, mas quero ver se com isto, consigo finalmente livrar-me dos cigarros e ganhar uns quilinhos, e acreditar que qualquer coisa será sempre melhor que o fumar convencional.



E aqui estou com a terceira (que dizem que é de vez) promessa de deixar de fumar. Com a bengala que espero encontrar nesta nova maquinaria adquirida.



Vamos ver como corre!

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