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Orange Mood

  • Foto do escritor: teresa peixe
    teresa peixe
  • 28 de jun. de 2017
  • 7 min de leitura

Felizmente, tenho amigas bonitas com ideias maravilhosas em que acreditam e desenvolvem.

Conheço a Tânia desde o colégio. Reencontrei-a no facebook e não vou esquecer-me nunca da história que me contou sobre nós e da qual eu não me lembrava. Gosto dela. Da história e da amiga.


Eu costumo dizer que só sou boa amiga em situações limite, até lá, estou no meu canto, desaparecida por muitos dias... e os meus amigos são os que percebem isso.

Quando voltámos a falar, estávamos em situações difíceis, a querer mudar de vida.


Contou-me que era vitrinista e vi o bom gosto com que faz tudo a que se dedica.

Agora tem a Orange Mood. Conhecem?



Decidi fazer esta entrevista por achar que vale a pena ficarem a conhecer!




Conta-nos lá um pouco da tua história. Quando é que artesanato passou a fazer parte dos teus dias? Que género de peças fazias nesse tempo?


Acho que o artesanato já faz parte dos meus dias há bastante tempo. A minha mãe comprava umas revistas de decoração e eu tirava fotocópias das coisas que gostava, arquivava por temas e um deles era o DIY (faça você mesmo), que muitas vezes fazia. Claro, também adorava ir às feiras de artesanato que infelizmente na altura não eram muitas.... Aprendi várias técnicas de pintura em vidro, cerâmica, tela... Fui sempre fazendo algumas coisas, mas mais para mim e para a família.


Em alguns Natais é que fazia mais alguma coisa para vender entre amigas. Uma vez pintei uma série de molduras, vendi-as todas e com o dinheiro fui a Paris! Acho que foi a primeira vez que fiz assim alguma coisa mais a sério.


Só bem mais tarde, já depois da Faculdade - Sociologia - e de trabalhos com os quais não me identificava muito, decidi que tinha de procurar fazer o que realmente gostava e inscrevi-me num curso de Vitrinismo e Decoração de lojas. Comecei a fazer trabalhos na área, mas a certa altura tinha muito tempo livre e então comprei uma série de material para começar a fazer pulseiras. De forma tranquila, passei esse Verão em Sta Cruz a produzir as primeiras peças.



Dei um nome à marca para criar uma página no Facebook, fiz o Logótipo e aos poucos entre amigos foi-se divulgando. Aí nasceu 'oficialmente' a Orange Mood. No Verão de 2012. Mas só passado quase 1 ano fui para o primeiro mercado e a Orange saiu à rua! :D



Quando começaste as feiras era já como O.M.?


Sim, a primeira feira que fiz, fez dia 4 de Maio 4 anos. Foi na Portela onde sempre morei e na altura ainda morava. Às vezes passava na rua e via que faziam uma feirinha, mas como sabes, não sou propriamente a pessoa mais extrovertida do mundo e também ainda não tinha grande confiança nas coisas que fazia, por isso só ficava a pensar no assunto. Um dia ganhei coragem e fui à Junta de Freguesia saber se podia participar. Disseram-me que sim, e que era dali a 2 dias! Foi tão imediato que nem tive tempo para hesitações e fui! Não levava banca nem chapéu de sol porque achava que era dado pela organização! Arranjaram-me uma banca, passei imenso calor, mas a feira correu muito bem e a partir daí fui-me afastando da minha zona de conforto para mercados maiores.

Para mim foi sem dúvida o passo mais importante na história da Orange.



Que materiais usas? Tens algum cuidado nessa escolha?


Desde o início que as linhas coloridas são a matéria mais importante dos meus trabalhos. Foi na praia que a Orange começou e sempre segui por um caminho descontraído e colorido também. Colorido, mas equilibrado. É muito mais fácil para mim criar no Verão e acho que mantenho sempre um bocadinho de Verão o ano todo. Depois vario os materiais, mas sim, tenho sempre cuidado na sua escolha. Quero que as peças durem o máximo de tempo. Adoro quando hoje me entram pessoas na loja com colares que me dizem que compraram nos meus primeiros mercados :)





Quantas coleções saem por ano? Onde te inspiras?


Sinceramente não penso muito nas colecções. Não penso que vou ter de fazer porque é Inverno ou porque é Verão. Acho que sai de forma natural. Nunca estou muito tempo a pensar que tenho de fazer algo novo porque é raro resultar dessa forma. Mais facilmente estou a fazer outra coisa qualquer, passa-me uma ideia pela cabeça e vou experimentar ou vejo num fornecedor uma peça e imagino logo qualquer coisa. Claro que com sol e de Verão sinto que fico mais criativa! Sem dúvida que a praia, e tudo o que me rodeia com ambiente descontraído e rústico são fontes de inspiração para mim. Inspira-me a simplicidade.






As coleções têm nomes? Baseados em quê?


Quase todas têm nomes. Senti essa necessidade quando fiz o primeiro catálogo de Natal. Era uma forma de me organizar e também para as pessoas mais facilmente identificarem as peças. Na altura já tinha várias peças feitas e andei ali algum tempo de volta delas para as baptizar em série e não foi muito fácil.

É algo que não acontece sempre da mesma forma. Há peças em que me sai imediatamente um nome. Ou por algo concreto que me inspirou a fazê-las ou porque me transmitem logo um nome giro para colecção. Outras vezes acontece que me transmitem um nome, mas não é muito 'de colecção' ou fazem-me lembrar qualquer coisa, mas que não sei bem definir e a partir dessas ideias pesquiso um bocadinho para encontrar um nome mais apropriado a uma colecção. Outras o próprio conceito da peça me sugere um nome.



Tens um número 1 de vendas?


A Rise, que é a pulseira da medalhinha.

Essa pulseira tem mesmo uma história diferente. Queria uma pulseira simples para usar sempre e fiz para mim no dia 1 de Janeiro 2015

Depois as pessoas estavam sempre a perguntar coisas sobre a pulseira que tinha no pulso e mais tarde comecei a vende-la... e até hoje é a mais pedida.

Neste caso o nome surgiu porque ela me faz lembrar o sol, simbolizava também o nascer de um novo ano... E ficou Rise. Juntei-lhe a música do Eddie Vedder com o mesmo nome e a frase do filme Into The Wild que eu adoro.

É sem dúvida a pulseira com mais simbologia da Orange Mood



As peças que produzes são essencialmente femininas?


Sim. Eu faço sempre para mulher, mas acontece que há muitas peças que por serem muito simples podem servir perfeitamente para homem e por isso também vendo bastantes para eles. Casais que compram duas pulseiras iguais, acontece muito.

Mas os homens pedem-me muito para fazer uma colecção para eles. Meus senhores, já faltou mais... ;)



Como é ter um projecto assim em Portugal?


Olha, acho que hoje em dia há imensas possibilidades de se mostrarem projectos. De repente apareceram imensos mercados. Faz-se tanta coisa boa. Conheci tantos projectos bons nos mercados.... Há imenso talento e criatividade. O importante é ter uma identidade própria porque no meio de tanta coisa, é isso que faz a diferença e as pessoas querem coisas diferentes.






Que diferenças notas das feiras para um espaço teu?


Das feiras para o meu espaço, além do conforto e de não ter de estar a montar e desmontar a banca... a loja foi criada com a ideia de ser também atelier onde os clientes, além de poderem ver os artigos disponíveis na loja, terem também a possibilidade de personalizar a peça que escolhem, de a ver a ser feita com as cores que preferem... eu gosto dessa dinâmica, embora em alguns dias seja difícil de responder a todos.


Eu já fazia muitas peças no momento, nas feiras, mas na loja esse conceito é muito mais abrangente e claro que ter um espaço fixo é sempre bom. É porta para contactos e as clientes já sabem que podem lá ir num instante buscar uma prendinha para a amiga que faz anos! :)




Porquê na LX Factory?


Para mim só havia dois sítios para a Orange: ou em Sta Cruz ou na LxFactory!

Em Sta Cruz era só coração! Era a casa da Orange. É óptimo para trabalhar, mas só tem movimento e, portanto, clientes, no Verão... A Lx Factory porque adoro o espaço, o conceito completamente virado para as artes e porque foi durante muito tempo o meu sitio fixo todos os Domingos no Lx Market. Fazia sentido continuar por ali. Por isso encontram a Orange Mood na LxFactory e pontualmente em alguns mercados.



Sei que tens muitos clientes estrangeiros...


Sempre tive clientes estrangeiros nos mercados. Na loja, a LxFactory faz parte do roteiro turístico de Lisboa por isso acho que todos os dias há clientes estrangeiros e muitas vezes até são a maioria. Tenho várias clientes estrangeiras que depois me continuam a encomendar peças pela página da Orange no Facebook, outras que voltam ou sugerem às amigas. É muito bom.






Quais são os próximos planos?


Agora aproxima-se o Verão que é a altura do ano com mais trabalho. Vou manter a loja aberta e voltar aos mercados em Sta Cruz, que adoro! De 14 a 23 de Julho podem visitar a Orange Mood na areia da praia no Santa Cruz Ocean Spirit - Festival Internacional de Desportos de Ondas - e todos os Sábados de Verão no centro da vila. Quero também ter algumas peças da Orange em lojas principalmente fora de Lisboa, mas é complicado produzir e organizar tudo sozinha.

Felizmente tenho sorte que a minha irmã me dá uma mãozinha nos mercados e isso já ajuda bastante. - Obrigada maninha! -

De resto não faço grandes planos, tento é não perder as oportunidades que aparecem. As coisas têm acontecido muito naturalmente e tem sido muito bom. Tenho muito orgulho do caminho da Orange 😃


Já estás a preparar a nova colecção? Sai quando?


No fim de Maio e início de Junho já saíram várias peças novas e foram bem aceites, esgotaram num instante, por isso acho que posso continuar! 😀

Entretanto é natural que surja mais qualquer coisa. Como te disse, não penso muito nisso.











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