top of page

O tormento dos meus passeios

  • Foto do escritor: teresa peixe
    teresa peixe
  • 7 de set. de 2017
  • 2 min de leitura

Sempre achei que o Lost era uma fera para outros bichos. Estava mal habituada com o cão que tinha na altura em que encontrei o Lost, a Molly. A Molly era hiperactiva e dava-se bem com tudo o que mexesse.


Quando fiquei com os dois era uma loucura. A Molly a querer brincar e o Lost a querer zangar-se com todos os amigos dela. Passei a passeá-los separados.


Agora, olhando para trás, vejo que devia ter feito de outra forma… mas, pronto, não fiz.


Agora tenho tido menos medo de o deixar ir e cheirar e brincar. O Lost é um bom cão. É um Senhor Cão.


De qualquer forma algo ficou desses tempos mais ferozes e ir passear para um jardim com parque infantil tem-se revelado um tormento, por duas razões.






A primeira, a falta de cuidado dos outros donos que, para além de andarem com os cães soltos, eles próprios andam soltos nos seus pensamentos. Mal comparado é mais ou menos como expliquei em A lincença para conduzir carrinhos de supermercado.


Não consigo perceber que se tenha um cão solto e se esteja em amena cavaqueira de costas para o bicho, salvo raríssimas exceções, com cães e donos exemplarmente educados, o que, ainda assim, poderia, em determinadas circunstancias, não correr bem.


Mas esta coisa da educação ou falta dela, do respeito ou da sua ausência, da falta de deveres e de atenção é, como agora se costuma dizer, transversal.


A segunda razão prende-se com a moda de dar nomes de pessoas aos bichos, que não acho mal nem bem, só me atormenta!


Quando vejo cães soltos, dado o que acabo de relatar, tento evitar o mesmo caminho e, muitas vezes evitar, passa por virar as costas, continuando a prestar atenção a tudo o que está a passar-se à nossa volta.


Um destes dias, estávamos nós a desviar caminho, quando ouço “Matilde, vem para aqui” julgando tratar-se de uma criança a ser repreendida pelo progenitor continuei, até reparar que já tinha o meu cão com a tacha arreganhada para a Matilde de 4 patas que vinha no seu encalce!


Felizmente estas situações não têm corrido mal, mas tempos houve em que não correram bem e, pior, quem levou umas ferroadas foi o Lost. (Nada de extraordinário, mas revelador!)




Esta coisa dos nomes fez-me lembrar o meu pai, que sempre gostou muito de cães (e de crianças, claro!) e que sempre foi um bocado distraído. Ao ponto de passar por mim na rua e me dizer “boa tarde!”.


Duas famílias com quem nos cruzávamos com alguma frequência tinham, uma delas um cão com nome de gente e um filho pequeno com nome de gente também e outra um “diminutivo" de um dos elementos parecido com o nome do bicho, tipo, Mitó e Cabé. Neste último caso, julgo que foram suficientes as vezes em que trocou os nomes, mas não fosse ofender os pais da criança, no outro caso, sempre que sabia que nos iríamos cruzar com eles, o meu pai pedia-nos os nomes e a correspondência, não fosse perguntar pela criança usando o nome da criatura peluda! Coisa que, obviamente, acabou por acontecer! Sem “danos" para qualquer das partes!

Comments


bottom of page