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Dia do "esqueci-me"

  • Foto do escritor: teresa peixe
    teresa peixe
  • 3 de jul. de 2017
  • 3 min de leitura



Sábado, dia 1 de Julho foi o dia internacional de muitas coisas, entre as quais o dia internacional da piada. Na verdade, não me lembrei de piada nenhuma para contar e por isso pensei em deixar para o ano essa tarefa. Apesar disso li sobre o assunto e fiquei a saber que as piadas tiveram origem na Grécia, alguns defendem que por Palamedes, e que foi também na Grécia que apareceram os primeiros clubes de piadas, não como os da actual stand-up, mas de grupos que se reuniam e contavam graças uns aos outros. E que em Roma também existiram uns clubes do género e há quem se refira à existência de um livro, que se perdeu, que continha o registo das piadas dessa altura!


Ontem, 2 de Julho, foi o dia do “esqueci-me” e não, não me esqueci.. era fácil e dois-em-um fazer a “piada” do esqueci-me, hoje!


Só me demorei no pensar o que poderia fazer para “comemorar” o dia.


Sim, sou uma pessoa esquecida, distraída, mas não no essencial. Não me esqueço de anos, nem de telefonar nem de estar presente nos momentos em que tenho e quero, efectivamente, estar presente, mas gosto muito de estar em casa. É mesmo onde mais gosto de estar... e ler e ver e saber... e escrever(!) e às vezes esqueço-me de aproveitar mais o que se passa lá fora e as pessoas dos meus dias... E à medida que escrevo esta frase tudo me parece uma contradição. Quem é que decide o quê e como temos que aproveitar as coisas nesta vida?


Hoje estava a olhar para o Lost e a pensar que ser cão parece tão bonito. Tão viver o momento, como agora se usa dizer. Tão suficiente estar ao pé de quem se gosta sem ter a cabeça a mil, perdida em tanta informação e coisas para fazer e conhecer e estar num sitio a achar que devia estar noutro.... Aproveitar cada flor que se cruza no caminho e cheirá-la tempos infinitos (acabando por lhe fazer um xixi para cima, na grande maioria das vezes, é certo, mas demoradamente elege o local da coisa!). De há uns meses para cá, à custa desse meu cão, tenho dado mais atenção ao que está à minha volta e, de facto, todos os dias me fascino, a cada passeio, pelas coisas simples e bonitas com que me cruzo. O sorriso de alguém. Ou só o barulho das folhas nas árvores..., mas não me vou demorar neste assunto…


Voltando ao “esqueci-me”. Quero lembrar-me. Que a vida é rápida e não podemos ter tudo.


Quero aproveitar as flores da minha vida e cheirá-las, regá-las... mudá-las de vaso, se preciso for. Aproveitar gargalhadas e abraços. Saborear cada história. Não pensar na história seguinte ou saber desligar-me da anterior…. Quero saber estar sem pensar em voltar rapidamente para o meu canto. Quero poder estar nesse canto sempre que me apeteça, sem pesos.


Quando este ano começou tinha decidido que iria dizer “sim” mais vezes. E disse, é verdade, mas não tenho dito sempre… e, pensando bem, não sei se quero dizer que sim mais vezes. Quero antes poder dizer que não, sem pesos e culpas. Sem pensar que estou a perder qualquer coisa, qualquer oportunidade, qualquer oportunidade de levar a que mais vezes tivesse que dizer não. Quero “sims” que façam diferença, quero “sims” que se mantenham no fim, para mim e para quem está à minha volta, e descobrir esse equilíbrio é fundamental e para mim a melhor forma de comemorar este dia do esqueci-me.


Estou a pensar bem? Contem-me lá como comemoravam o dia?

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