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A banalização do não banalizável

  • Foto do escritor: teresa peixe
    teresa peixe
  • 21 de jun. de 2017
  • 1 min de leitura

“há no homem o dom perverso da banalização” - V. Ferreira

Quando me falam muito de um livro, geralmente, tenho tendência a resistir à sua leitura, e foi o que aconteceu com “A Civilização do Espectáculo” de Mário Vargas Llosa. Resisti, resisti, mas acabei por ler. Acho, aliás, que todos deviam ler… nem que seja para dizer mal, “com propriedade”!






É feita uma descrição muito fiel do que passámos a deixar que nos invadisse os dias, passivamente. No fundo, Llosa refere que a cultura foi substituída por entretenimento, essencialmente como um escape para o que nos perturba. E aqui, até poderia achar que faria sentido essa substituição, já que dou por mim a não querer que livros e filmes e música e notícias tragam mais inquietações às minhas horas. A verdade é que este entretenimento, talvez pela democratização da cultura, também referida no livro, é feito para abranger o maior número de pessoas, e o que está errado é achar que para se chegar a todos se tem que diminuir a qualidade em vez de educar. Dá trabalho e é mais fácil dominar não-pensantes. Estão a criar-se pessoas que procuram o instantâneo. O entretenimento e a cultura são como caramelos que se compram, consomem e desaparecem.





Aquilo com que, julgo, muitos se zangarão comigo (o Mário não diz isto!) é por achar que o acesso à cultura tornou, não as pessoas mais formadas, mas antes dotadas, na sua maioria, de uma estupidez e arrogância triunfantes.


Bem, mas isto era para sugerir uma leitura e não para me perder num outro ataque qualquer.


Estou sempre à espera de um feedback, sim?

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